Bioeconomia começa a ser construída em Blumenau

O que empresas da cidade de Blumenau têm em comum? A vontade de fazer diferente. Profissionais de empresas líderes da região estão unidas em prol da bioeconomia, a ciência que estuda os sistemas biológicos e recursos naturais aliados a utilização de novas tecnologias com propósitos de criar produtos e serviços mais sustentáveis. Juntas elas fazem parte da composição do núcleo de Bioeconomia na Associação Empresarial de Blumenau, que foi escolhida por conta da sua relevância econômica e inovadora, junto com outras duas cidades catarinenses: Florianópolis e Joinville, para participar do Programa Arandu de Bioeconomia. O primeiro treinamento aconteceu nesta segunda e terça-feira, 21 e 22/8, em Blumenau e reuniu 27 profissionais de empresas que querem mudar a realidade da economia blumenauense.

A iniciativa tem como objetivo desenvolver um Núcleo de Bioeconomia para criar produtos e serviços mais sustentáveis nas empresas participantes através da melhoria da cooperação entre entidades e o setor produtivo.

A Associação Empresarial de Blumenau (ACIB) é a parceira local do programa que tem como desenvolvedores a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, organização alemã que atua no País desde a década de 1960.

A execução do programa terá ainda a parceria do Senai e Instituto Del. O Programa selecionou, dentre os associados, empresas com potencial e interesse em participar. Segundo o superintendente do Instituto Del, Osmar Vicentin, scouts de inovação são pessoas ou equipes que procuram identificar tendências, tecnologias emergentes, oportunidades de mercado e ideias inovadoras. “Eles exploram o cenário para descobrir novas abordagens, produtos ou serviços que possam impulsionar a inovação dentro de uma organização ou setor. Esses scouts monitoram eventos, participam de conferências, analisam dados e mantêm-se atualizados para identificar as melhores oportunidades de aplicar novas ideias.”

Conheça as empresas que fazem parte desse projeto:


Programa Arandu

O Arandu busca formar uma rede de scouts de inovação para atuar nas empresas catarinenses, inserir conceitos da inovação e da bioeconomia na política das empresas participantes e melhorar o posicionamento das empresas por meio da divulgação em plataformas nacionais e internacionais de bioeconomia e inovação.

Segundo o coordenador do Projeto Arandu pela Firjan, o pesquisador, Gustavo Miranda, da Firjan, a formação de scouts mapeia as oportunidades de inovação em bioeconomia. “As empresas participantes não apenas identificam as lacunas existentes, mas também naturalmente desenvolvem soluções que abordam esses desafios”. Gustavo destaca que as empresas de Blumenau estão altamente engajadas no tema. “Esse comprometimento ativo e entusiástico tem se revelado como um dos principais pilares para o êxito alcançado. Estamos entusiasmados em continuar a jornada de capacitação e colaboração com as empresas em Blumenau e em futuros treinamentos, pois acreditamos que essa abordagem está verdadeiramente trazendo resultados significativos para a bioeconomia e o cenário de inovação como um todo”.

Sharon Koepsel, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade, mencionou que o Projeto Arandu de Bioeconomia vem para somar esforços e ampliar ainda mais a visão das empresas para além da gestão dos resíduos. O desafio é como as empresas podem pensar a etapa anterior, de ter um processo produtivo mais limpo, ágil e com menor impacto ambiental. E quando acontecer, como podem integrar o resíduo gerado na cadeia produtiva, e dar espaço cada vez mais para a lógica de economia circular. “Ver hoje empresas de segmentos tão variados reunidas com o mesmo propósito, de buscar soluções de inovação e Sustentabilidade para os seus negócios, mostra o quanto os empresários do Vale do Itajaí estão amadurecendo em relação ao tema. E tudo isso pautado nos princípios do associativismo, que mais do nunca tem sido fundamental no desenvolvimento econômico da região.”